Altos:
+ Ganhei várias prendas do Sr.M. Na segunda-feira ele pagou as minhas compras, apesar de eu ter insistido que não deveria. Na quarta-feira almoçamos juntos, e depois fomos numa loja de lingerie onde eu era cliente nos tempos das boîtes. Esperamos uma hora, visto que havia uma placa de «volto já» na porta da loja, mas a senhora não voltou, e já tinha imensa gente ali à espera, todos preocupados, pois a senhora não costuma atrasar-se tanto. Viemos embora, porque ele ainda tinha que ir ao médico. No feriado ele ligou-me no meio da tarde e levou-me no Rino e Reno. Ele disse que ia me oferecer a lingerie, mas eu fiquei na dúvida, pois eram todas muito lindas, cada uma mais sexy que a outra, e ele mandou que eu não me preocupasse e levasse todas. Ainda coloquei umas duas ou três de parte. Quando foi pagar, levei até um susto: 369€!!! Conversamos num café no shopping, e ele concordou que realmente tinha ficado caro, mas que estava contente por eu ter ficado feliz. Eu não troco o meu corpo por prendas, mas me senti culpada ( não devia, mas me senti ). Como o propósito inicial era que eu compraria com o meu próprio dinheiro, eu disse que nessa tarde eu ofereceria uma foda de borla pra ele. Não era bem uma foda de borla, porque no fim das contas, a foda estava mais do que paga. «Temos que recompensar as pessoas que são boas para nós.» - eu disse-lhe. Ele até chorou ali na minha frente, naquela mesa de café, dizendo que se sentia feliz por eu reconhecer seu carinho por mim, mas não aceitou minha oferta - o que achei muito digno da parte dele - e mais tarde me pagou uma foda. E na sexta ainda veio me visitar, mas dessa vez apenas para conversar, pois tinha que ir na missa e não tinha tempo para fazer programa, e ainda me trouxe duas camisolas. Uma era de um tom azul muito ofuscante, que eu nunca usei na minha vida. Mas aceitei com carinho e vou usá-la. Eu guardo com carinho todas as prendas que recebo, independente do valor.
+ Nessa aventura na loja de lingerie, tive a grande felicidade de constatar que, afinal, meu peito não é 38, mas 40. Vou já já alterar no meu site. Sou mesmo uma felizarda. Caso não tivesse peito, de certo colocaria silicone.
+ O G., como sempre muito prestativo, trouxe tudo o que eu precisava do mercado quando veio me visitar. Isso já é hábito dele. Sempre me pergunta o que preciso antes de vir. E no dia seguinte, ainda carregou meu telemóvel.
+ Consegui falar com aquele meu ex-cliente-amigo. Grande azar: eu fiquei sem bateria e ele também. Depois eu liguei e ele não atendeu. Depois ele me ligou e eu estava com um cliente. Mas a seguir conseguimos nos falar e vamos tomar um copo um dia desses.
+ O SEF bateu numa casa onde uma conhecida minha trabalha, mas por sorte não pegaram-na.
+ A minha amiga M. agora está trabalhando numa casa melhor do que aquelas em que ela costuma trabalhar. Na cidade onde está, é a única casa de convívio da região.
+ Tomei coragem e escrevi para a Bela, que tem um blog excelente, o Madame Bela ( Está linkado aqui em "Blogs que acompanho frequentemente" ). Ela foi simpaticíssima e respondeu meu e-mail.
+ Eu ia apenas passar a manhã fora, mas depois decidi que ia tirar todo o dia de sábado de folga.
+ Encontrei quase todos os livros que procurava.
+ Aproveitei o sábado também para as "coisas de mulher". Detesto ter que ir no salão, mas compreendo a necessidade. A fidelidade às vezes atrapalha. Porque se a minha cabeleireira não estivesse sem hora para mim, eu não teria conhecido ontem um salão muito bom, onde as meninas são muito mais rápidas. Fiz cabelo e depilação. Não me preocupei, mas logo calculei, pelo aspecto das mulheres que lá estavam - todas com aspecto de tias do jet-set - e pelas marcas com as quais trabalham, que seria um salão muito caro. Enganei-me. É mais barato que aquele que eu costumo frequentar.
Baixos:
- A M. me informou as casas onde a polícia bateu: Charrete e Libertina ( ou algo parecido ). As casas foram fechadas. Uma menina ainda conseguiu fugir, mas pegaram-na quando ela chegava em casa.
- Quando eu saía lá da feirinha da Rodrigues Lobo, onde compro livros com regularidade, passei perto de uma loja onde certa vez comprei uma calça. Voltei lá uma segunda vez, muito tempo depois, para comprar uma camisola, e, como da primeira, o vendedor ficava me chamando para sair, pedindo o meu telefone, como se ainda não se lembrasse de mim. Quando passei, ele estava na porta e disse qualquer coisa, que não respondi, e continuei andando. Então ele chamou: «Você ouviu o que eu disse?» e tive que voltar, dizendo: «Oh, não, me desculpe». «Eu disse que o Sr.M. tem muito bom gosto. Você é mesmo muito bonita.» Fiquei passada. E, sem demonstrar, um pouco fodida também. Ele então conhecia o Sr.M. e possivelmente tinha nos visto em algum lugar. Ainda respondi qualquer coisa como «Oh, o meu tio?!», mas depois pus-me a andar, sem dar qualquer crédito para esse palhaço. Eu podia ter ficado ali, mas concluí que não devo nada a ninguém como um boiola encubado como ele. Queria ver se ele teria essa risinho irônico com vários dentes em falta se eu tivesse a enfiar-lhe meu vibrador no cu.
- Um gajo no msn ficou tentando convencer-me a ser chula. Grande perda de tempo a dele, e a minha em ter ficado curiosa com o que ele tinha a me dizer. Como alternativa, ele propôs-me trabalhar na Alemanha, tendo que pagar uma diária de 125€. Como a foda lá é 30€, isso significava que eu tinha que dar mais de quatro só para pagar a diária. O que significam mais de 120 fodas "de borla" num mês. Perguntei se ele já tinha feito programa alguma vez, e ele disse que não, mas que, caso um dia a vida lhe corresse mal, faria. Eu disse-lhe que só quando ele fizer isso que compreenderá a minha repulsa. Informei-lhe que, por menos de 20000€ limpos, por mês, eu não trabalho para ninguém, só para mim.
- Ao decidir repentinamente tirar folga, dormi no fim da tarde. Quando fui ver as chamadas perdidas, notei que mais uma vez o C.K. não conseguiu estar comigo. Faz 3 semanas que ele me liga, mas nunca me encontra disponível.
- Ainda não consegui agendar uns dias para estar em Lisboa a trabalho. Talvez para o ano, depois da minha mudança, seja mais fácil. Quero tirar uns 2 ou 3 dias do mês para ficar em Lisboa, onde só atenderei em hotéis. motéis e residências.
Conclusão:
A semana correu lindamente.
Paula Lee
«Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós.
Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.
Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.
Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:
1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
2- Me trate bem que ganhas um cliente.
3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.
Minhas respostas são as seguintes:
1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princÃpios.
2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
3- Pouco me importa a aparência fÃsica ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convÃvio, relax e prazer.
Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.
Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.
Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»