Prostituta, garota de programa, acompanhante, cortesã, amante profissional, rameira, mulher da noite, meretriz, quenga, menina de convívio. São muitos nomes para a mesma função: terapeuta sexual. Porque, na realidade, uma mulher que trabalha com sexo não trabalha apenas com sexo.



=> Uma semana antes do Natal


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Meio dia e qualquer coisa o telemóvel, que estava do meu lado, começou a tocar. Havia dormido depois das 4 da manhã na última noite. Era um número identificado. Pensei logo que o gajo estaria desesperado, pois me ligou 9 vezes. E depois tocou mais duas vezes, com número não identificado. Mas não dei a mínima, virei-me para o canto e voltei a adormecer.

Levantei-me alguns minutos depois. Perto da uma da tarde o gajo liga novamente. Confessei-lhe que acabava de acordar, e que só poderia atendê-lo por volta das 2 da tarde. Ele concordou, dizendo que uns quinze minutos antes ligava para confirmar. Educado, muito educado.

Nem tinha tomado banho e o telefone tocou novamente. Era um cliente que dizia me conhecer, e queria estar logo comigo. Avisei que era impossível, pois ainda tinha que tomar banho, tomar o pequeno almoço, trocar as roupas de cama, etc. Perguntou se podia atendê-lo à uma, e eu disse que não, porque já só faltavam 15 minutos. Avisei-o que já tinha um cliente para às 2. Ele disse que viu no jornal o meu outro preço, o de ejaculação precoce, e que seria para esse tempo. Eu disse que só atenderia se ele realmente tivesse ejaculação precoce, então marcamos para a 1:30. Não estava conseguindo me lembrar quem ele era, e inclusive salientei que pelo telefone ele tinha uma voz rude. Mas ele garantiu-me que era um bom cliente, mas isso não me diz nada, porque todo homem acha que é um bom cliente, até mesmo os ruins. Mas lá concordei em atendê-lo, porque ainda estava com sono e com preguiça de debater pormenores para me lembrar quem era o gajo. Disse que era o C. «Quantos clientes você acha que eu tenho com esse nome?» - eu tive contade de perguntar.

Ele atrasou-se, chegando quase 13:40. Afinal, era mesmo um bom cliente - do tipo meiguinho e educado - ele não me enganou. É a quarta ou a quinta vez que ele vem fazer programa comigo, mas nunca me lembro quem ele é. E logo eu que sou tão boa em gravar detalhes! Para alguns clientes, basta eu ligar o nome à profissão para já saber quem são. Ou outros pequenos detalhes, mas muito significantes. Prefiro sempre saber quem é antes, para preparar-me psicologicamente. Ou, no caso de ser um cliente ruim, para lembrar-me de inventar que estou no período. É verdade, eu confesso. Tem homem que me liga toda a semana e toda a semana eu digo para ele que estou no período. ( Porque nem sempre me lembro qual foi a última vez que ele me ligou, então essa desculpa é a mais rápida que eu consigo ). Quando enfim ele saca que isso é impossível, eu, cínica do caralho, digo: «E não é? Já estou até preocupada com isso e acho que tenho que ir num médico. Isso já virou uma hemorragia!»

Esse gajo, o tal C., não tem nada de muito significante que o diferencie dos outros. Tem um nome comum, um trabalho convencional, ejaculação precoce como muitos outros, uma pila normal. O que me faz lembrar-me dele, para ser muito sincera agora, é o seu nariz. Ele tem um nariz enorme, que parece ficar ainda maior, acompanhado pelo bigode fino. Mas não pense você que com isso ele seja um gajo feio, apesar de eu detestar bigode e achar que é a coisa mais nojenta e fora de época. Ele é tão simpático que fica bonito. E é alto, meigo, delicado na cama. Para alguns clientes eu dou uma dica, para que sempre consigam estar comigo ( tem dia que eu só atendo clientes habituais ). Aviso-lhes como devem se apresentar no telefone para logo eu saber quem são. Mas esse gajo não tem como. Eu não poderia ínstruí-lo a dizer: «É o C, aquele do nariz longo». Seria de péssimo gosto, ainda mais para uma pessoa tão querida como ele.

Me pagou pela ejaculação precoce... e teve ejaculação precoce. Anteriormente sempre me pagava por meia hora, e em compensação eu sempre fazia com que ele conseguisse se demorar mais um bocado. Mas dessa vez não deu; primeiro pelo dinheiro que estava me pagando, e depois porque, além de ter se atrasado quando chegou, eu ainda tinha um cliente a seguir, e ele sabia disso.

Ainda antes de atendê-lo, o telefone tocou na sala. Suspeitei logo que era o gajo das 9 ligações, que ficou de ligar 15 minutos antes. E era. E eu não consegui atender a tempo. Mas por sorte ele ligou a seguir e eu avisei que estava ocupada, mas que às 2 em ponto poderia atendê-lo.

O C. começou a se vestir, e lembrou-se do dia em que eu lhe fiz uma massagem, que ele adorou. E disse ter pena por não ter dinheiro para fazer mais programas como aquele. Prometeu que agora viria mais vezes, para o programa de ejaculação precoce. Antes de sair, me deu uma gorjeta.

O gajo dos 9 telefonemas ligou por volta das às 14:04, e eu dei-lhe as indicações. Era um tipo novo, calculei, mas disse-me já ter 32, ou seja, 10 anos mais velho do que aquilo que eu imaginava. Vinha de uma cidade que fica nos arredores de Óbidos, e estava aqui na cidade desde cedo, de propósito para estar comigo. Primeiro disse que me procurou porque estava curioso, já que era a primeira vez que recorria a um serviço de uma acompanhante. Como a curiosidade é para mim um motivo muito fraco - e inclusivamente desprezível - ele disse que me procurou porque estava carente e precisava de relaxar. Tem dois empregos e uma empresa em sociedade com um amigo, ou seja, a vida dele é puro stress. Além disso, está resolvendo todos os detalhes da construção da casa. Quando disse que estava a fazer uma casa, calculei logo que iria se casar. E acertei, porque mão é muito comum ver um homem construindo uma casa sem ser essa situação, a não ser que ele seja construtor.

Primeiro nos abraçamos e despimos, e ele disse que eu era muito linda. Suas mãos me apalparam toda, e sua língua me deixou molhadinha de tesão quando percorreu meus seios. Depois ele ficou brincando com os dedinhos no meu clitóris, enquanto eu com as mãos por dentro dos seus boxers acariciava seu pénis e seus tomates.

Estava deitada na cama quando coloquei-lhe o preservativo, e ele estava na minha frente, de joelhos. Disse que eu não ia conseguir daquele jeito, mas consegui.

Deu várias metidinhas, em várias posições, mas não demorou muito. Ia ficar uma hora, mas só tinha dinheiro para 50 minutos. Devolvi-lhe 10€, porque o programa tinha acabado antes de meia hora, e ficar por 50 minutos não seria muito vantajoso para ele, porque só a partir de uma hora que ele pode ter uma segunda relação.

Antes de ir embora, eu disse-lhe que, para uma primeira vez, não tinha se saído mal.

Mais tarde, recebi um e-mail dele que assim dizia:



«Estive hoje com você e tenho que lhe dizer que superou tudo o que esperava. Estava muito nervoso (com o coração as 220 por minuto) por ser a minha 1ª vez, pelo menos consigo ;). E pensava que iria conhecer alguém com frieza tal que não desse grande gozo... Mas surpreendeu-me!!! Muito bom!!! Assim todas as outras mulheres conhecessem este exemplo de mulher quente e boa na cama!!! O mundo seria muito mais bem-humorado e talvez com menos guerras!!!Amor, Paz e um Natal feliz para você Paula.

PS: quando cheguei a casa fui direitinho à net para visitar o seu blog... Está demais... Aquelas respostas às sms's são mesmo de escorpião . Assim mesmo é que é, para sms's parvinhas - resposta na hora... As publicações e as dicas também estão muito boas... Parabens!!!Voltarei!!!Beijinhos.»


A maioria dos meus programas correm muito bem. Um programa corre mal quando as expectativas minhas e dos clientes são diferentes. Existem acompanhantes para todos os tipos de gostos e estilos. O que faz um gajo procurar uma acompanhante é a especialidade dela. A minha especialidade por exemplo é a forma carinhosa e atenciosa que eu atendo o cliente, mas, como é óbvio, ele deve fazer por merecer. Se um gajo chegar arrogante, achando que tem o rei na barriga, ou achando que eu devo ser submissa às suas vontades apenas porque ele está me pagando, possivelmente o programa será uma autêntica merda. Isso é, se o programa acontecer, porque tem gajos que nem por dinheiro nenhum do mundo eu permito que toquem no meu corpo. Não é porque eu faço esse tipo de trabalho que eu sou obrigada a topar qualquer tipo de gente.

É importante para o indivíduo, quando procura por uma garota de programa, certificar-se pelo telefone se ela irá satisfazer aquilo que ele procura naquele momento. Dominação por exemplo já fiz algumas vezes, mas não é o meu ponto forte, apesar de conhecer muito bem essa prática teoricamente, por isso não é muito comum me procurarem por isso. Há oferta e procura para tudo que é imaginável e inimaginável.

Um exemplo de foda que não dá certo? Quando você tem as suas condições e o gajo quer convencer-te a fazer coisas das quais não é adepta, ou que vão contra os seus princípios. Há ainda quem perca o seu tempo com isso. A garota de programa tem as suas próprias condições, e só cabe ao cliente respeitar essas mesmas condições, sem questioná-las. Se quer algo diferente, há quem faça, não há necessidade de tentar persuadir alguém que não faz.

Por isso que eu adoro meus clientes. Não continuariam meus clientes se não respeitassem minhas condições, meu corpo e minha alma. Quem quer um corpo sem alma, que compre uma boneca insuflável.




Paula Lee


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  • I'm Quatro Paredes
  • From Portugal
  • «Paula Lee, 24 an...Oh, não é necessário repetir meus dados, disponíveis no meu site.Escrevo um diário desde que comecei a prostituir-me, mas nunca pensei que publicaria um blog. Talvez porque seja mais simples escrever um livro, com histórias já acabadas, do que expor, em tempo real, o que vai surgindo, sem tempo para reflexões mais prolongadas.Gosto de usar a expressão "terapeuta sexual" porque atender um cliente envolve muito mais do que uma simples equação geométrica para saber o quanto devo abrir as pernas.»
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No divã:

    «Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós. Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.

    Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.

    Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:

    1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
    2- Me trate bem que ganhas um cliente.
    3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.

    Minhas respostas são as seguintes:

    1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princípios.
    2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
    3- Pouco me importa a aparência física ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convívio, relax e prazer.

    Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.

    Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.

    Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»

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