Meu dia ainda nem começou direito e já tive uma má notícia. O Dr.J. me ligou, depois de ligar para uma das imobiliárias onde estivemos, que tinha um apartamento que me interessou. Era mobilado, localizado na zona central das Caldas, num terceiro andar ( outra sina! ). Mas a dona do apartamento informou à imobiliária que o apartamento ainda não está disponível esse mês.
O meu grande drama é que, como dei o calção no apartamento onde estou, já não paguei esse mês, com o propósito de mudar no mês que vem. Aliás, pagaria alguns dias a mais para mudar-me já no fim desse mês, já que dia 01 é feriado.
O C.C. ligou-me, dizendo que vai se informar com um amigo dele das Caldas. Toda ajuda é bem vinda.
Hoje vou procurar mais na net por apartamentos nas Caldas e Lisboa. Coimbra também é uma excelente opção.
Se não conseguir nada muito rapidamente, terei que ter muita lata, pagar o meu senhorio esse mês e o mês seguinte e não me mudarei mais. E sei que, quando eu decidir não me mudar, aparecerão dezenas de apartamentos. Se até essa quarta eu não conseguir nada, desistirei de me mudar.
O pior é que agora já vi que tenho duas chamadas não atendidas no meu telemóvel particular, do meu senhorio. Me sinto pressionada, e do jeito que eu sou ansiosa e impulsiva, é capaz de hoje mesmo ligar-lhe a dizer que continuo com o apartamento, pois não posso continuar a empatá-lo, porque ele não quer que eu saia sem já ter antes um novo inquilino. Gente como eu, assumidamente pobre - se fosse rica não precisava de vender prazer - se preocupa muito com grana. Mas gente rica como ele, se preocupa muito mais. Aliás, cada vez chego mais à conclusão de que gente rica só é rica porque se preocupa demasiado com o dinheiro.
Vou tomar um banho e ler o jornal.
P.S.: Acho que terei uma boa novidade em breve. Por enquanto é um segredo, que só contei para o V.C. hoje por e-mail. Precisava da opinião dele, que por acaso era semelhante à minha.
Paula Lee
«Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós.
Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.
Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.
Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:
1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
2- Me trate bem que ganhas um cliente.
3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.
Minhas respostas são as seguintes:
1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princÃpios.
2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
3- Pouco me importa a aparência fÃsica ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convÃvio, relax e prazer.
Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.
Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.
Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»