Prostituta, garota de programa, acompanhante, cortesã, amante profissional, rameira, mulher da noite, meretriz, quenga, menina de convívio. São muitos nomes para a mesma função: terapeuta sexual. Porque, na realidade, uma mulher que trabalha com sexo não trabalha apenas com sexo.



=> 300 clientes habituais


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O último livro que li foi o «300 clientes habituais», da Carla de Almeida.

Confesso que foi com alguma relutância que comprei-o. Quando vi a autora na tv, no Jornal da Noite e na Fátima Lopes, ela pareceu-me um pouco arrogante. ( Essas impressões que a gente tem das pessoas sem perceber muito bem o motivo.) Mas depois calculei que podia estar enganada, e pensei na pressão que talvez fosse para ela apresentar-se em cadeia nacional para divulgar um livro onde conta a vida como prostituta.

Ia comprar pela internet, mas detesto ficar esperando algo chegar. Um dia passei na livraria com o Sr.M., mas não tinha o livro lá. Outro dia, passeando pela cidade, fui abduzida para dentro de uma outra livraria. ( Aliás, existem 90% de possibilidades a mais de me encontrarem dentro de uma livraria do que, por exemplo, dentro de uma discoteca ). E lá estava ele, meio escondido nas prateleiras, ao contrário da época que foi lançado, mas encontrei! Quando eu fui pagar, a gaja que me atendeu mudou logo as feições, tentando disfarçar que me avaliava de cima para baixo. E eu ali, vestida de Creuza e com ar de bibliotecária. Mas nem adianta disfarçar, porque eu sei que aqui basta perceberem a minha nacionalidade para acrescentarem vários valores à porcentagem das hipóteses de que seja puta. Mas eu nem liguei para aquele olhar e nem fiquei pensando no assunto. Só agora me lembrei.

O livro, ao contrário do que eu supunha, é bom. Consegui me identificar com alguns trechos. Não sei onde é a Carla ou onde é a Diana no livro, apesar de não acreditar muito no que já vieram me dizer, de que ela tinha virado puta só para escrever o livro. Eu não sou capaz de, por exemplo, entrar nas drogas só para poder relatar essa experiência posteriormente num livro. E também li um outro artigo onde a Carla seria apenas uma "amiga" da Diana. Mas isso agora não interessa. Em geral, o livro foi muito bom. Só duas partes foram mais chatas e angustiantes: a primeira foi quando ela tentou virar chula e a segunda foi quando entrou nas drogas.

Depois de ler o livro, a impressão que eu tive tornou-se mais positiva do que aquela que tive inicialmente.

Paula Lee


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  • «Paula Lee, 24 an...Oh, não é necessário repetir meus dados, disponíveis no meu site.Escrevo um diário desde que comecei a prostituir-me, mas nunca pensei que publicaria um blog. Talvez porque seja mais simples escrever um livro, com histórias já acabadas, do que expor, em tempo real, o que vai surgindo, sem tempo para reflexões mais prolongadas.Gosto de usar a expressão "terapeuta sexual" porque atender um cliente envolve muito mais do que uma simples equação geométrica para saber o quanto devo abrir as pernas.»
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    «Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós. Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.

    Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.

    Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:

    1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
    2- Me trate bem que ganhas um cliente.
    3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.

    Minhas respostas são as seguintes:

    1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princípios.
    2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
    3- Pouco me importa a aparência física ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convívio, relax e prazer.

    Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.

    Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.

    Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»

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