Não vou viajar. Passaria o ano novo com o Dr.J., mas consegui cancelar a tempo. Por coincidência, também aconteceu um imprevisto com ele, e por isso nem chateou-se, ficando até um tanto aliviado, quando eu disse que já não poderíamos passar a virada do ano juntos.
Com aquilo que aconteceu com o primo do Gatito, única parte da sua família cá, convidei-o para passar o ano novo comigo. Não devia, porque corro o risco de apaixonar-me, mas faz-me imenso bem estar com pessoas fora do meu "habitat de trabalho", pelo menos numa data importante como esta. Pelo menos ambos temos a consciência de que será algo passageiro.
E talvez, caso o novo advogado do primo dele seja bom, este também venha. Ainda tenho que ligar-lhe para deixar aberto o convite.
Amanhã já não trabalho, ou talvez apenas atenda o Sr.M., caso ele me acompanhe nas minhas compras. Ontem já fui num mercado e comprei a maior parte do que eu preciso para preparar um bom jantar, mas ainda me faltam algumas coisas, que só encontrarei num supermercado. E além disso ainda tenho hora no cabeleireiro.
Hoje ainda tenho que acabar de arrumar a casa e passar roupa, fazer as unhas e trabalhar mais um bocadinho no meu novo site, tudo isso entre um cliente e outro.
Paula Lee
.«Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós.
Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.
Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.
Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:
1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
2- Me trate bem que ganhas um cliente.
3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.
Minhas respostas são as seguintes:
1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princÃpios.
2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
3- Pouco me importa a aparência fÃsica ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convÃvio, relax e prazer.
Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.
Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.
Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»