Liga-me um homem, pergunta o preço, o local e quando estarei disponível. Informei que só estaria disponível dentro de uma hora. Uma hora depois, ou um pouco menos, me liga de novo a perguntar se já estou desocupada. Eu disse que sim, mas que precisava de pelo menos 10 minutos.
Eu acabava de sair do banho. Aliás, sempre que posso, quando tenho um tempo folgado entre um cliente e outro, gosto de tomar sempre um banho de corpo inteiro.
Como a sua primeira pergunta foi o preço, calculei logo que era um atendimento rápido - e barato - para homens com ejaculação precoce.
Quando abri a porta e ele entrou, reconheci: «Oh, eu te conheço.» Ele confirmou positivamente com a cabeça. É um homem com aproximadamente 1,70, cabelo preto, moreno, magro, bem vestido, 30 e poucos anos. Pedi que se sentasse na minha cama e fiquei conversando com ele, para ver se me lembrava quem era. Sua fisionomia lembrava-me dois clientes, sendo um péssimo e o outro excelente. O péssimo era um homem abrutalhado e arrogante que atendi no verão - e por pouco não saímos no braço um com o outro - e o excelente era um gajo gostosíssimo que trabalhava com artesanato. Por minha sorte, era o que trabalhava com artesanato, e isso eu notei pela ausência do sotaque inglês forçado que o cliente péssimo, que era imigrante na Inglaterra, possuía.
Não conversamos muito, porque afinal era um atendimento de ejaculação precoce, vulgarmente conhecido como "uma rapidinha", cuja tolerância é de no máximo 10 minutos. Ou 11 minutos, parafraseando o título do livro do Paulo Coelho.
Despiu-se e tive um deja vu daquele seu peito peludo. Despi-me e ele elogiou meu corpo. Havia me perguntado sobre as outras condições. Contei-lhe que as pessoas que buscam por tempos superiores à uma hora não procuram apenas por sexo, mas também por, principalmente, carinho. Ele disse que quando viesse com mais tempo na cidade iria experimentar um tempo desses, porque gostava de apreciar um corpo bem feito como o meu. Acariciei seu peito por uns 5 segundos:
- É melhor deitar-se, senão você se cansa.
Coloquei o preservativo e comecei a chupá-lo levemente. Ele disse que eu sei muito bem dar prazer a um homem.
Fui para cima do seu pau, grande e grosso, do qual eu não devia me esquecer. Agora me lembro bem: a recordação que tinha dele era que tinha o pau gg, mas que, como era meigo, não me causava dor. Fui seguindo seu ritmo, medianamente lento e muito sincronizado, sentindo suas estocadas leves. Olhando para mim, disse que eu tenho o rosto de boneca.
Quando gozou, uns 4 minutos depois, manifestou verbalmente que estava gozando. E eu gosto de homens que expressam quando gozam, porque, na minha concepção, mostra que não estão reprimidos.
Na primeira vez que esteve aqui, eu pensei: «Nossa, que gajo gostosinho... Esse tem que voltar!». Mas para minha desilusão, ao contrário do que acontece com a maior parte dos clientes, meses se passaram e ele não voltou.
Perguntei-lhe se, quando me ligou, se sabia que já me conhecia. Ele então explicou-me: «Sim, eu sabia !!!! Como sabe, não sou um frequentador muito assíduo, mas sempre que pensava em vir, procurava por você. Mas perdi o seu número. E não ia tocar na sua porta sem te ligar. Então fui ligando para vários anúncios, mas quanto atendiam o telefone, a voz não me parecia a sua, e a localização também não era a mesma. Até que hoje, a falar contigo, enfim te encontrei! »
Não deve ter sido fácil me encontrar porque, nos últimos meses, mudei o texto do anúncio e o número do telefone.
Paula Lee
«Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós.
Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.
Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.
Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:
1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
2- Me trate bem que ganhas um cliente.
3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.
Minhas respostas são as seguintes:
1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princÃpios.
2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
3- Pouco me importa a aparência fÃsica ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convÃvio, relax e prazer.
Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.
Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.
Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»