Programinha gostoso esse que eu fiz no domingo! Em geral, atendo mais gente conhecida que tudo, mas dessa vez era um cliente novo.
Disse no telefone que esteve no meu site e que estava interessado no programa de duas horas, e perguntou se eu tinha disponibilidade. Como ele foi muito educado e eu fui com a cara dele, ou mais especificamente, com a voz dele, eu concordei facilmente em atendê-lo. É muito improvável que um homem, que nunca esteve contigo, marque logo um programa de 2 horas. Talvez no Brasil seja comum para algumas garotas, que trabalham por hora. Mas aqui o programa mais comum é o de meia hora. O que pode acontecer de forma menos invulgar é o homem marcar um programa de meia hora e depois decidir pagar por mais uma hora e meia ;) Dessa forma, maioritariamente, quando uma pessoa liga a marcar por duas horas, o melhor é nem contar com ela; a não ser que ela depois confirme, exibindo sua seriedade e rectidão.
Como vinha da Covilhã - não, não foi propositadamente para me conhecer, mas digamos que eu estava na metade do seu caminho - acabou não encontrando com tanta facilidade o meu endereço. Não sou a melhor pessoa do mundo a dar indicações, mas estive com ele ao telefone enquanto indicava as ruas que devia virar ou subir, e ele conseguiu dar com o meu endereço bem mais rápido do que eu imaginava.
Enquanto falava com ele ao telemóvel, eu trocava de roupa. Acho que ele não se apercebeu disso. Escolhi um vestido com listras vermelhas, justo e com um grande decote, sem soutien. Por cima coloquei um longo casaco preto. Coloquei uma meia calça e um par de botas altas.
Entrou no meu apartamento com um ar meio tímido e deslocado. Levei-o para o meu quarto. Indiquei que se sentasse na cama e tirei o meu casaco. Enquanto conversávamos, eu observava-o. O U. era bem gatinho. Tem 31 anos, e eu a pensar que tinha 22! Ele me disse que era a primeira vez que procurava um serviço desse.
Tranquilizei-o, dizendo que não se preocupasse, pois eu não estava descontando o tempo da conversa do tempo dele. Principalmente quando é a primeira vez que atendo um cliente, gosto de conversar um pouco, para quebrar a tensão. Apesar de poder notar pelo seu olhar que estava muito contente com a minha imagem, notei que ele também estava muito contraído. Tinha os cotovelos apoiados nas pernas e os braços em cruz no peito.
Levantei e estendi-lhe a mão para que também se levantasse. Abracei-o carinhosamente e fiquei fazendo massagem nos seus ombros, encostando meu corpo ao seu. Virei de costas e fiquei sentindo suas mãos na minha cintura, leves, tímidas, e as primeiras reacções de tesão que seu corpo manifestava. Uma a uma, peguei nas suas mãos e coloquei por dentro do meu decote, ainda quando estávamos de pé, e eu de costas para ele. Ainda nessa posição, passei minhas mãos por trás das minhas costas e fui desabotoando as suas calças. Passei minhas mãos para dentro dos seus boxers e comecei a acariciar levemente seu mastro. Coloquei-me de frente para ele e dei um abraço leve, quase como uma dança, e ia passando as mãos pelas suas costas.
Assim que ele se deitou eu peguei um preservativo e fiz-lhe um broche. Quando vi que estava preparado, fui para cima dele. Não foi um sexo rápido, bruto ou violento. Muito pelo contrário. Foi um sexo carinhoso, meigo, quase que de namoradinhos.
Quando ele gozou, disse-me que não tinha vindo ficar 2 horas por causa do número de relações, mas porque queria estar um tempo à vontade comigo. Ficamos conversando um bom tempo, despreocupada e livremente, enquanto acariciávamos de leve, com ternura, um ao outro. Algo que eu já tinha notado desde a primeira vez que ele me tocou foi a delicadeza do seu toque. Mãos macias, delicadas, lisas. Inclusive brinquei com ele, questionando se todas as pessoas que fazem o mesmo trabalho que ele possuem mãos tão deliciosas. Obviamente, não posso revelar a profissão, pois não é uma dessas muito comuns.
Algum tempo depois eu sugeri que déssemos mais uma. Coloquei seu pénis no meio dos meus seios e comecei uma espanholada. Coloquei o preservativo, chupei e instruí que me comesse vaginalmente por trás. Mas ele estava muito cansadinho, e resolveu desistir, porque ainda tinha uma longa viagem pela frente.
Então continuamos conversando. Podíamos ter feito dezenas de coisas, mas o tempo foi nosso inimigo, duro, ardiloso e maquiavélico. Ele perguntou quanto tempo faltava, e quando vimos já tinha passado mais que 10 minutos do tempo dele.
É sempre assim: quando acontecem coisas boas, o tempo passa rápido. Quando são coisas ruins, o tempo demora a passar. Assim também é com os clientes. Quando estou com um cliente agradável, o tempo voa. Quando estou com um cliente ruim, o tempo parece andar para trás.
Pediu-me desculpas por ter excedido o tempo. Muito educado da parte dele, mas eu realmente nem estava preocupada com esse detalhe. Ainda fomos para a sala para fumar um cigarro, já que ele também fumava. Ele foi embora e depois ligou-me, enviando o número identificado. Eu disse que não era preciso, mas ele insistiu.
Ele foi mesmo muito amável, em todos os momentos. Eu poderia repetir tudo o que ele me disse, mas eu acabaria parecendo convencida, ou talvez a última bolacha do pacote. Melhor que isso então é deixar as próprias palavras dele, que transcrevo da cópia do e-mail que ele me enviou no dia seguinte:
«Olá Linda menina Paula....
Sou o U., estive ai no domingo, por duas, ou três horas......;), espero que continues tão linda e, desculpa a frontalidade, BOA, como estavas no domingo. Acho que para um estreante nestas coisas, "estar com alguém", fiz a melhor escolha do mundo.....Obrigado por seres como és.....e por me teres tratado como trataste.....Foste fantástica, além do sexo, deu para descomprimir.Não fazes ideia do stress que é a minha vida, da quantidade de problemas, em casa e fora dela... Adorei estar contigo porque me transmitiste paz......Obrigado...muito a sério, acho que não podia ter escolhido melhor.....
Um dia destes vou aí voltar, mas além de sexo, que por sinal , apesar de pouco , por vontade minha é verdade, foi demais, adorei a companhia. Quando ai voltar, vou-te querer umas quatro horas.....Temos que ir jantar, tomar o tal banhinho, ou quem sabe ir ao cinema....
Parabéns por seres como és.
Beijos
U.»
As críticas não me abalam e os elogios não me iludem, mas é sempre prazeroso quando conseguimos, de certa forma, tocar em alguém além da parte física.
Como é evidente, pedi-lhe autorização para publicar o e-mail e mudei o seu nome.
Não é um querido?Paula Lee.
«Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós.
Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.
Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.
Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:
1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
2- Me trate bem que ganhas um cliente.
3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.
Minhas respostas são as seguintes:
1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princÃpios.
2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
3- Pouco me importa a aparência fÃsica ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convÃvio, relax e prazer.
Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.
Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.
Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»