Prostituta, garota de programa, acompanhante, cortesã, amante profissional, rameira, mulher da noite, meretriz, quenga, menina de convívio. São muitos nomes para a mesma função: terapeuta sexual. Porque, na realidade, uma mulher que trabalha com sexo não trabalha apenas com sexo.



=> Quarto 'novo'


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Saí para comprar cigarro, voltei para casa e quando entrei no meu quarto eu disse: «Está tudo errado! Vamos mudar isso!» Tenho o hábito de conversar comigo como seu eu fosse várias pessoas. ( Mas não é exactamente o que sou? )

Não é à toa que muito frequentemente um cliente volta e repara: «Andaste a mudar isso tudo! Essa cama não ficava aqui, pois não?» Pois não estava. Pra ser sincera, não consigo controlar meus ímpetos e costumo mudar o quarto inteiro.

E assim foi, ainda antes de tomar banho. Eu precisava dessa mudança, principalmente porque a cama estava encostada na janela, e tenho a sensação que a parede tem poros, porque com essa ventania das últimas noites, consigo sentir a corrente de ar entrando por ela. Muito possivelmente por isso que minha gripe insiste em não passar. Cessa por instantes, mas sempre deixando vestígios.

O G. ainda me ligou hoje cedo, quando eu ainda estava na cama. Conversei com ele sem abrir os olhos. Contei que pretendia mudar a cama de lugar e ele ofereceu ajuda. Mas eu gosto de fazer esse tipo de coisas sozinha; é uma forma de libertar tensões. Por isso agradeci, mas recusei a ajuda.

O Dr.J., que assim como o G. faz parte do grupo dos "clientes-amigos", também me ligou agora, não faz dez minutos. Disse que eu podia ter partido alguma coisa a mudar sozinha os móveis de lugar e que poderia ter lhe ligado a pedir ajuda. «Obrigada pela preocupação, mas eu não sou de porcelana!»

Começa a me dar uma espécie de aflição quando observo que as coisas continuam sempre iguais, estáticas! Eu não posso mudar o mundo, mas posso pelo menos mudar o meu quarto.

Paula Lee.



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  • I'm Quatro Paredes
  • From Portugal
  • «Paula Lee, 24 an...Oh, não é necessário repetir meus dados, disponíveis no meu site.Escrevo um diário desde que comecei a prostituir-me, mas nunca pensei que publicaria um blog. Talvez porque seja mais simples escrever um livro, com histórias já acabadas, do que expor, em tempo real, o que vai surgindo, sem tempo para reflexões mais prolongadas.Gosto de usar a expressão "terapeuta sexual" porque atender um cliente envolve muito mais do que uma simples equação geométrica para saber o quanto devo abrir as pernas.»
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No divã:

    «Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós. Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.

    Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.

    Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:

    1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
    2- Me trate bem que ganhas um cliente.
    3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.

    Minhas respostas são as seguintes:

    1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princípios.
    2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
    3- Pouco me importa a aparência física ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convívio, relax e prazer.

    Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.

    Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.

    Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»

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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Creative Commons License
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