Prostituta, garota de programa, acompanhante, cortesã, amante profissional, rameira, mulher da noite, meretriz, quenga, menina de convívio. São muitos nomes para a mesma função: terapeuta sexual. Porque, na realidade, uma mulher que trabalha com sexo não trabalha apenas com sexo.



=> Vida de Garanhão do Sexo


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Ontem no fim da noite eu passeava meus olhos pelos sites noticiosos, quando me deparei com o artigo "Vida de Garanhão do Sexo" no Correio da Manhã.

O subtítulo informava que 11% dos profissionais do sexo da região Norte são homens. ( Não sei a forma como colheram esses dados, mas... bem, isso agora não interessa. )

Julgo que os entrevistados não deveriam revelar a forma que simulam seus orgasmos. As mulheres são muito mais exigentes que os homens, e podem fazer questão de ver no preservativo se eles realmente gozaram. ;)

Se bem que, agora analisando por outro prisma, o importante é que elas gozem, não é mesmo?

Não conheço pessoalmente nenhum "garoto de programa".

Tenho falado com um rapaz pelo msn e e-mail tem algum tempo, o N. Ele quer fazer parceria comigo atendendo casais. Troca de casais, por exemplo. Ele disse que faz tudo, mas não alinha com homens. Ainda não pensei com cuidado no assunto a ponto de dar o pontapé inicial, porque estou com falta de tempo, mas é de se prezar a atitude dele. Enquanto muitos homens que desejam "trabalhar" no ramo da prostituição procuram as mulheres querendo chular seus corpos, esse ofereceu o próprio corpo para trabalhar em conjunto. ( A maior parte dos homens querem ficar só com a parte boa, a do dinheiro, mas vai mandar eles venderem os próprios corpinhos para ganhar a vida para ver como reagem! Escrevi trabalhar com aspas na primeira parte da frase e sem aspas na segunda parte. Sou muito marota, até mesmo com a língua portuguesa.)

Um dia eu e uma amiga saboreávamos um licor na minha sala, quando, por uma simples curiosidade resolvemos ligar para um garoto de programa para saber o quanto cobrava. Nem parecia que eu era do babado, de tão nervosa e vermelha que fiquei quando falava com ele. O anúncio que havíamos escolhido era de um rapaz de Lisboa. Descrevia-se como dotado, carinhoso e musculado, entre mais meia dúzia de atributos. ( A vantagem de ser mulher é que eu não preciso de colocar no anúncio o tamanho da minha xana, nem a altura do meu clitóris ). Quando eu perguntei o preço, ele perguntou se era só para mim ou para o meu companheiro. Eu disse que seria só para mim. Sendo mulher, ele disse que era de graça. Só pedia uma ajuda de 15€ para cobrir seus custos do ginásio.

Achei condenável a minha atitude. Afinal, fiz como muitos homens que só ligam por curiosidade, mas que nunca virão a fazer um programa.

Certa vez um rapaz, que era barman numa boate - ou boîte, como quiserem - onde trabalhei, ficou instigado a "fazer programa. Ele via a quantia de dinheiro que a gente ganhava por dia, e, apesar de alguns preconceitos que ele tinha e ainda hoje tem, resolveu arriscar. Pediu que eu colocasse um anúncio para ele, quando eu fosse colocar o meu. Não quis desanimá-lo, mas ele tinha consciência que o meu trabalho era mais fácil que o dele. Eu não preciso de ter tesão para atender um homem, já ele precisa. Coloquei o anúncio, depois de estudarmos o texto. A surpresa? Só ligava homem. Nem 10% das pessoas que ligavam eram mulheres e, quando isso acontecia, era para um atendimento ao casal. Ele até topava comer a mulher para que o marido dela visse, mas ficou receoso. Ficou com medo que o marido ficasse nervoso, que houvesse qualquer confusão, etc. Resultado: ele teve que deixar o telemóvel desligado por uma semana.

Paula Lee.



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  • From Portugal
  • «Paula Lee, 24 an...Oh, não é necessário repetir meus dados, disponíveis no meu site.Escrevo um diário desde que comecei a prostituir-me, mas nunca pensei que publicaria um blog. Talvez porque seja mais simples escrever um livro, com histórias já acabadas, do que expor, em tempo real, o que vai surgindo, sem tempo para reflexões mais prolongadas.Gosto de usar a expressão "terapeuta sexual" porque atender um cliente envolve muito mais do que uma simples equação geométrica para saber o quanto devo abrir as pernas.»
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No divã:

    «Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós. Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.

    Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.

    Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:

    1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
    2- Me trate bem que ganhas um cliente.
    3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.

    Minhas respostas são as seguintes:

    1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princípios.
    2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
    3- Pouco me importa a aparência física ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convívio, relax e prazer.

    Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.

    Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.

    Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»

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