Se há uma coisa que ainda não é meu ponto forte, essa coisa é a dominação. Até acho muito excitante deixar um homem amarrado e poder fazer tudo o que quiser com ele, mas tudo o que passa disso não é fácil. Talvez porque eu seja demasiado meiguinha e carinhosa para um atendimento assim.
Existem várias vertentes na dominação: existe a humilhação ou um desejo de sadomasoquismo ( ou apenas sadismo, ou apenas masoquismo, etc ).
Quando entrei no sexfone, desconhecia muito do sexo. ( Hoje, pelo menos teoricamente, sei quase tudo ). Tivemos que assistir vários filmes eróticos e pornográficos, para aprender o que fazer via telefone com o cliente. Na dominação, e principalmente na dominação média e pesada, já não havia nenhum "amorzinho" ou "queridinho" para ter apenas "capachos" e "escravos". Eu deixava de ser a menina meiguinha para ser a dominadora voraz, que não admitia ser chamada de outra forma senão "minha senhora" ou "minha rainha".
Assisti filmes em que os homens colocavam piercings no pénis. Assisti filmes em que uma barra de ferro, cinco vezes mais grossa que uma palhinha de refrigerantes, era enfiada dentro do pénis do homem. Assisti um filme em que um homem estava de pé, com as mãos amarradas no tecto e uma mulher completamente vestida de preto, roupa em couro, máscara a tapar a cara, chicoteava-o e batia no seu pau com toda voracidade. Depois de acabado o "serviço", tirou o pénis para fora e começou a mijar naquele homem pendurado. Afinal não era uma mulher como todas nós suspeitávamos.
Paula Lee
«Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós.
Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.
Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.
Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:
1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
2- Me trate bem que ganhas um cliente.
3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.
Minhas respostas são as seguintes:
1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princÃpios.
2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
3- Pouco me importa a aparência fÃsica ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convÃvio, relax e prazer.
Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.
Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.
Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»