Prostituta, garota de programa, acompanhante, cortesã, amante profissional, rameira, mulher da noite, meretriz, quenga, menina de convívio. São muitos nomes para a mesma função: terapeuta sexual. Porque, na realidade, uma mulher que trabalha com sexo não trabalha apenas com sexo.



=> Excertos de um dia


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29.11.05

9:00 o despertador toca. «Não, só mais um bocadinho!» Aconchego-me no edredon. Olho novamente para o relógio: 9:35. «Mas a cama me sabe tão bem!!!» 10:05: «Tenho que me levantar. Tenho que me levantar. Vai ser agora. Pensando bem, só mais um bocadinho, mas vou manter os olhos abertos.» Acabei fechando os olhos. Apesar de muito sonolenta, os pensamentos demonstram alguma lucidez: «Por que fiquei a ler até tão tarde ontem? Tenho mesmo que me levantar, tenho um cliente às 11h!»

10:35 saio bruscamente da cama, sem dar tempo para ser invadida por qualquer pensamento. Separo uma roupa enquanto espero que a água na banheira esteja bem quente. Banho. Está demasiado frio para colocar um vestido. Escolho uma calça e um t-shirt bem decotada.

11:03 o tal cliente me liga para eu dar a localização. Eu não estava muito confiante que ele viria, pois tinha marcado por e-mail, e nunca se pode confiar 100% em alguém que marca por e-mail mas não liga pelo menos para saber se você tem uma voz sexy. Ou pelo menos para especular se você não é um travesti.

Dois minutos depois o telefone toca. Era a D., ligando do telefone da P., pois estava sem saldo. Eu fiquei de enviar-lhe umas cópias de um e-mail que eu recebi por ela. Moram perto da Covilhã e não têm internet em casa. Me disse então que se eu enviasse até o meio-dia pelo correio era capaz de chegar no dia seguinte. Mas eu tinha um cliente às 11h, e talvez fosse por uma hora.

- Uma hora? E não é massante ficar com um cliente uma hora?
- Não... Eles costumam ser bonzinhos, e em uma hora sempre dá para fazer um programa legal, mais às calminhas.


Interrompi-a, dizendo que depois lhe ligava, porque tinha uma segunda chamada em linha. Era o cliente. Informei o número da porta e ele subiu.

Perguntei-lhe o nome, pois seu nick é muito estranho. Chamamos-lhe M.P. Bonito. Corpo atlético. Calvo. Sorrisos feitos com a boca e com os olhos. Não deve ter mais do que 30 anos. Talvez 28. É engenheiro. Parece que essa é a semana dos engenheiros.

Disse que eu era muito bonita e faladora. ( Merci ). Quando perguntei quanto tempo ele queria, disse: «Não sei quanto tempo já estou aqui, mas queria que fosse por uma hora.» «Oh, não se preocupe. Eu não começo a contar o tempo desde a hora que o cliente chega.»

Ele tinha as mãos geladas. Comecei a abraçá-lo de pé e ele me abraçava também, passando as mãos por cima da minha roupa. Suas mãos continuavam frias, mas já não estavam gélidas. Suas mãos eram atrevidas e gostosas. Com uma mão segurava nas minhas costas. Com a outra, ora apalpava meu rabo, ora apalpava meu peito. Encostei meu corpo bem junto ao seu e senti que seu pau estava duro. Também senti que era grande e grosso.







Sentei no seu colo e fiquei rebolando em cima dele, enquanto ele me apalpava com as duas mãos. Deitei suas costas na cama, e fiquei deslizando meu corpo no seu.

Levantamos e continuamos a nos tocar. Ele abaixou o rosto e deu uma chupadinha no meu peito, que puxou de dentro do meu decote.

Sentei para descalçar as botas. Ele tirou as calças, e ficou só de boxers. Azul marinho, justinho, que sexy! Eu fiquei com a minha cuequinha fio dental e com a minha t-shirt.

Sentei no pau dele e rebolei. Deitei suas costas novamente na cama e fiquei beijando seu pescoço. Puxei-o para que se sentasse e tirei minha t-shirt. Ele gemeu quando encostei meios seios nus no seu peito.

Deitou-se completamente na cama e eu coloquei-lhe um preservativo. Fiz um broche, não muito demorado. Fui para cima dele e meti seu pau dentro da minha cona, e ele disse que eu estava muito apertada. Era o meu primeiro cliente do dia, e afinal, apesar da sua descrença, tem mesmo o pau grande e grosso. Mas não é bruto, é todo meiguinho, e sabe tocar no corpo de uma mulher, o que faz com que a foda seja muito agradável.

Meteu durante alguns minutos e depois mudamos de posição, para que ele ficasse em cima de mim. Eu acariciava o seu corpo com as minhas mãos enquanto ele metia.

Tinha o corpo muito definido, já que pratica desporto. Excepto as pernas, ele tem o resto do corpo todo depilado. Os pêlos do peito são cortados e não tem pêlo nenhum nos culhões.

Depois ele pediu que fizesse à canzana. Eu disse que, como seu pénis era grosso, eu precisaria de usar um gel para não me magoar. Ele assentiu, apesar de ainda duvidar que tivesse um pênis gg ( grande e grosso ). Fiquei de quatro para ele. Ele meteu, meteu, meteu... e gozou.

Faltavam cinco minutos quando ele estava deitado do meu lado e ainda conversamos um bocadinho.

Ele me mandou um e-mail mais tarde, a dizer assim:

"Era só para te dizer... Que foste 5 estrelas... e que aqueles 5 minutos acabaram por ser muito bons... ups não foram 5 minutos... mas pareceram, passou bem rápido!!!"


É verdade. O tempo passou rapidinho.

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Então eu fui para a rua, enviar a carta para a D. Quando cheguei na papelaria para comprar o envelope, me notei que, por um descuido, ou pela pressa, esqueci de levar a agenda, e não lembrava o endereço dela. Liguei-lhe e tomei notas. Fui para o correio, e depois fui numa livraria, comprar mais um livro sobre sexo.

Fiz um lanche no Maringá. Não podia atender muito o telefone, mas resolvi atender uma chamada. Era um rapaz de 20 anos que dizia não conseguir ter prazer com a namorada e por isso queria estar comigo em dezembro. Vou ter que lhe ensinar umas coisinhas ;) .

Entrei numa loja de lingerie mas não tinha nada do meu agrado. Queria uma lingerie vermelha, do mais sexy possível. Mas meu peito é 38/40 e o maior número que encontrava era o 38 e os mais bonitos eram 36, com umas "armadilhas" em silicone que faziam o peito parecer maior. O telefone tocou e era o A.C. Ele havia me contado que um amigo seu perguntou se ele não conhecia alguma menina jeitosa que fizesse programa. Ele falou sobre mim, mas só ia dar o meu número se eu desse autorização - adoro homens educados ! - e eu dei. Mas ainda assim ele esteve um tempo pensativo, porque, conforme ele justificou, era como se estivesse entregando a própria mulher para um amigo. Claro, não é a mesma coisa, mas para ele era como se fosse. Contei que estava numa loja de lingerie, mas ele disse que o amigo só me procuraria por volta das 17:30. Comprei apenas uma cuequinha - apenas porque a moça da loja era muito simpática e não gosto de gastar o tempo dos outros para no fim não levar nada - que, depois que cheguei em casa e experimentei, concluí que não gostei.

Passei ainda numa óptica para buscar uns óculos escuros que deixei para arranjar desde a semana anterior. Como já eram 16:30, achei melhor vir logo embora, para me preparar para o amigo do A.C.

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Cheguei em casa e fui responder ao e-mail do N.V, que não é um cliente. Iniciamos contacto quando ele me mandou um e-mail a me dizer que tinha gostado muito dos meus contos. Continuamos nos falando por e-mail e temos uma relação virtual muito gostosa e sincera.

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Cinco minutos depois me ligou o C., um cliente conhecido. Tem perto dos 50 anos, um bom corpo, bronzeado, e não tem um único cabelo branco. Suspeito que ele pinta o cabelo. Nas primeiras vezes que ele me visitou, sempre trazia o preservativo. Tem receio que a menina pique o preservativo com alguma agulha. Acho muito sensato da parte dele. Uma vez eu até passei aquela luz vermelha nos meus preservativos para mostrar-lhe que eram seguros. E como são da mesma marca que os dele - Control - hoje ele usa os meus. Ele paga o preço mínimo. Por vezes goza no 1º minuto, por vezes goza no 8º. Dessa vez gozou no 8º. Primeiro fiz-lhe o broche. Depois fui por cima dele. Depois ele disse baixinho: «Vira», e fiquei debaixo dele. A seguir ele pediu para fazer de ladinho. Não tirou o pau de dentro de mim e eu coloquei os dois pés no seu ombro direito, e ele ficou metendo assim, até gozar.


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Às 17:35 o amigo do A.C., o O., ligou-me. Disse que estava perto, mas que eu só abrisse a porta 5 minutos depois. Abri a porta e alguém entrou. Mas depois eu ouvi barulho de chaves numa porta, o que significava que quem tinha entrado era algum vizinho. Um minuto depois eu abri novamente a porta e ele entrou.

Era um cinquentão simpático. «O A.C. me disse que você é muito faladora, que é uma menina estudiosa e que lê muito.» Pronto, já tínhamos motivo de conversa por um bom tempo.

Depois começamos o atendimento, pois ele tinha que viajar ainda nesse dia. Pediu o tempo de meia hora. Estávamos pelados ralando um no corpo do outro. Ele beijou meu peito e eu elogiei, dizendo que ele sabia chupar direitinho. Quando passou a mão na minha cona, perguntou se podia, o que achei muito educado, autorizando. Ele parecia ansioso, e seus movimentos eram rápidos. Quando estava na cama, com o pau bem duro, eu comecei a acariciar o seu corpo, sem tocar no seu pénis, para que não gozasse antes de meter. Coloquei o preservativo, fiz um broche básico, fui pra cima dele. Ia foder de leve, mas ele estava com tanto tesão que começou a foder rápido e com força, e gozou rapidinho.

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Ligou um tal de M. dizendo que tem um apartamento mobilado no Areeiro para alugar. Temos ainda que confirmar, pois assim acho que dia 17 vou ver o apartamento. Apesar de ter parecido um telefonema sério, foi anónimo. Pedi que me enviasse um e-mail para que eu possa ter um contacto dele, mas até agora nada chegou.

Ligou depois um homem a perguntar se atendo casais. Falamos sobre o assunto. Me disse que a namorada dele era inexperiente nessas coisas. Então eu questionei se ele tinha conversado com ela sobre esse assunto, porque isso era muito importante para saber como seria o atendimento. Às vezes o homem tem a fantasia que eu faça alguma coisa com a mulher. Nesse caso, queria que lhe tocasse e que também usasse o vibrador nela. Mas, caso ela também não tivesse a mesma fantasia, por mais entusiasmante que fosse para o homem, para ela seria uma pura agonia. Expliquei que não posso fazer nada numa outra pessoa se não for a vontade dela. Assim como não posso meter um vibrador no cu dele caso ele não queira, por mais que fosse esse o tesão dela. Disse que já tinha tudo acertado com ela, que ela estava com vontade etc., e que então depois marcaríamos. Antes de desligar ele perguntou:

- Você não está precisando de meninas?
- Oh, não, eu só trabalho por conta própria!
- Mas não está precisando de ninguém?
- Não, claro que não! Eu não chulo meninas. Não alinho nessas coisas.


Cruzes.

Essa semana também me ligou um rapaz a perguntar se eu atendia casais. Disse que essa semana estava um pouco complicada, mas que talvez na próxima. Falamos sobre detalhes de atendimento e depois ele pergunta:

- E pode também arrumar um homem?
- Para troca de casais?
- Isso.
- Acho que posso arranjar sim...
- É seu companheiro.
- Não. Mas tenho contacto com rapazes, também garotos de programa, que se ofereceram para o caso de vir a precisar.
- Ah, sim... Porque eu estava ligando para também oferecer os meus serviços. Também sou garoto de programa.

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Às 18:30 o "51" ligou a perguntar se tinha disponibilidade para às 19:00. Disse que assim que chegasse me mandaria um toque e, se caso eu estivesse livre, lhe mandasse outro toque e abrisse a porta. Chamo-o de 51 porque é essa a sua idade. Fiquei pasma quando ele me contou. Aparenta 35, 38 no pior das hipóteses. É um homem alto, calvo, com o corpo lindíssimo. Tem o pênis pequeno, e acha que tem o menor pênis do mundo. Sempre que está comigo - tem uma frequência semanal, ou eventualmente quinzenal - diz que seu pênis está cada vez menor. Diz que é da idade e que isso já não presta para nada. Eu digo que não devia menosprezar tanto o próprio pénis. Conto inclusive que já vi outros muito menores, mas ele não se convence. É gostosinho na cama, apesar de muito rápido. Muito mesmo, pois antes do 1º minuto ele goza. Então eu sempre uso truques com ele para demorar um pouquinho mais, variando as posições, trabalhando a respiração, demorando mais nos preliminares, etc.

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O 51 chegou na hora marcada, e o atendimento foi bom. Dessa vez ele resolveu que iria me despir. Acabou concordando que eu tirasse as minhas próprias botas. Depois concordou que deveria ser eu a tirar as minhas meias-calças. A qualquer momento ele concordaria que eu tirasse o resto da roupa sozinha, eu pensava. Mas o resto ele tirou.

Ficamos no sarro e depois fomos à foda.

Como eu previa, no fim ele disse:

- Isso está cada vez mais pequenino. Com esse frio então, agora parece que anda ainda menor.

Ele ainda não acredita que já vi pénis muito menores. Teve um por exemplo que era tão pequeno, mas tão pequeno, que mais parecia um clitóris. Se calhar, meu clitóris era maior que o pénis dele.



Paula Lee.


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  • I'm Quatro Paredes
  • From Portugal
  • «Paula Lee, 24 an...Oh, não é necessário repetir meus dados, disponíveis no meu site.Escrevo um diário desde que comecei a prostituir-me, mas nunca pensei que publicaria um blog. Talvez porque seja mais simples escrever um livro, com histórias já acabadas, do que expor, em tempo real, o que vai surgindo, sem tempo para reflexões mais prolongadas.Gosto de usar a expressão "terapeuta sexual" porque atender um cliente envolve muito mais do que uma simples equação geométrica para saber o quanto devo abrir as pernas.»
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No divã:

    «Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós. Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.

    Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.

    Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:

    1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
    2- Me trate bem que ganhas um cliente.
    3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.

    Minhas respostas são as seguintes:

    1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princípios.
    2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
    3- Pouco me importa a aparência física ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convívio, relax e prazer.

    Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.

    Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.

    Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»

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