Labels: livro garota de programa
Conforme eu já havia adiantado, comprei um domínio. Isso quer dizer que esse blog, o Terapeuta Sexual, deixará de ser actualizado.
O novo endereço para acessar o meu blog é esse:
http://amanteprofissional.com/blog.
Como ainda estou findando as minhas comemorações da passagem de ano, falta ainda muita coisa a ser feita, tanto no site quanto nos blogs, mas eu vou ajeitando aos poucos.
Até lá... e feliz 2006!!!
Paula Lee
Acabei agora de atender a Marília, que conheci pelo msn. Eu gozei primeiro, e depois ela deu uma gozada gostosa comigo! Detalhes eu dou numa outra hora mais calma.
Paula Lee
Não vou viajar. Passaria o ano novo com o Dr.J., mas consegui cancelar a tempo. Por coincidência, também aconteceu um imprevisto com ele, e por isso nem chateou-se, ficando até um tanto aliviado, quando eu disse que já não poderíamos passar a virada do ano juntos.
Com aquilo que aconteceu com o primo do Gatito, única parte da sua família cá, convidei-o para passar o ano novo comigo. Não devia, porque corro o risco de apaixonar-me, mas faz-me imenso bem estar com pessoas fora do meu "habitat de trabalho", pelo menos numa data importante como esta. Pelo menos ambos temos a consciência de que será algo passageiro.
E talvez, caso o novo advogado do primo dele seja bom, este também venha. Ainda tenho que ligar-lhe para deixar aberto o convite.
Amanhã já não trabalho, ou talvez apenas atenda o Sr.M., caso ele me acompanhe nas minhas compras. Ontem já fui num mercado e comprei a maior parte do que eu preciso para preparar um bom jantar, mas ainda me faltam algumas coisas, que só encontrarei num supermercado. E além disso ainda tenho hora no cabeleireiro.
Hoje ainda tenho que acabar de arrumar a casa e passar roupa, fazer as unhas e trabalhar mais um bocadinho no meu novo site, tudo isso entre um cliente e outro.
Paula Lee
.Meio dia e qualquer coisa o telemóvel, que estava do meu lado, começou a tocar. Havia dormido depois das 4 da manhã na última noite. Era um número identificado. Pensei logo que o gajo estaria desesperado, pois me ligou 9 vezes. E depois tocou mais duas vezes, com número não identificado. Mas não dei a mínima, virei-me para o canto e voltei a adormecer.
Levantei-me alguns minutos depois. Perto da uma da tarde o gajo liga novamente. Confessei-lhe que acabava de acordar, e que só poderia atendê-lo por volta das 2 da tarde. Ele concordou, dizendo que uns quinze minutos antes ligava para confirmar. Educado, muito educado.
Nem tinha tomado banho e o telefone tocou novamente. Era um cliente que dizia me conhecer, e queria estar logo comigo. Avisei que era impossível, pois ainda tinha que tomar banho, tomar o pequeno almoço, trocar as roupas de cama, etc. Perguntou se podia atendê-lo à uma, e eu disse que não, porque já só faltavam 15 minutos. Avisei-o que já tinha um cliente para às 2. Ele disse que viu no jornal o meu outro preço, o de ejaculação precoce, e que seria para esse tempo. Eu disse que só atenderia se ele realmente tivesse ejaculação precoce, então marcamos para a 1:30. Não estava conseguindo me lembrar quem ele era, e inclusive salientei que pelo telefone ele tinha uma voz rude. Mas ele garantiu-me que era um bom cliente, mas isso não me diz nada, porque todo homem acha que é um bom cliente, até mesmo os ruins. Mas lá concordei em atendê-lo, porque ainda estava com sono e com preguiça de debater pormenores para me lembrar quem era o gajo. Disse que era o C. «Quantos clientes você acha que eu tenho com esse nome?» - eu tive contade de perguntar.
Ele atrasou-se, chegando quase 13:40. Afinal, era mesmo um bom cliente - do tipo meiguinho e educado - ele não me enganou. É a quarta ou a quinta vez que ele vem fazer programa comigo, mas nunca me lembro quem ele é. E logo eu que sou tão boa em gravar detalhes! Para alguns clientes, basta eu ligar o nome à profissão para já saber quem são. Ou outros pequenos detalhes, mas muito significantes. Prefiro sempre saber quem é antes, para preparar-me psicologicamente. Ou, no caso de ser um cliente ruim, para lembrar-me de inventar que estou no período. É verdade, eu confesso. Tem homem que me liga toda a semana e toda a semana eu digo para ele que estou no período. ( Porque nem sempre me lembro qual foi a última vez que ele me ligou, então essa desculpa é a mais rápida que eu consigo ). Quando enfim ele saca que isso é impossível, eu, cínica do caralho, digo: «E não é? Já estou até preocupada com isso e acho que tenho que ir num médico. Isso já virou uma hemorragia!»
Esse gajo, o tal C., não tem nada de muito significante que o diferencie dos outros. Tem um nome comum, um trabalho convencional, ejaculação precoce como muitos outros, uma pila normal. O que me faz lembrar-me dele, para ser muito sincera agora, é o seu nariz. Ele tem um nariz enorme, que parece ficar ainda maior, acompanhado pelo bigode fino. Mas não pense você que com isso ele seja um gajo feio, apesar de eu detestar bigode e achar que é a coisa mais nojenta e fora de época. Ele é tão simpático que fica bonito. E é alto, meigo, delicado na cama. Para alguns clientes eu dou uma dica, para que sempre consigam estar comigo ( tem dia que eu só atendo clientes habituais ). Aviso-lhes como devem se apresentar no telefone para logo eu saber quem são. Mas esse gajo não tem como. Eu não poderia ínstruí-lo a dizer: «É o C, aquele do nariz longo». Seria de péssimo gosto, ainda mais para uma pessoa tão querida como ele.
Me pagou pela ejaculação precoce... e teve ejaculação precoce. Anteriormente sempre me pagava por meia hora, e em compensação eu sempre fazia com que ele conseguisse se demorar mais um bocado. Mas dessa vez não deu; primeiro pelo dinheiro que estava me pagando, e depois porque, além de ter se atrasado quando chegou, eu ainda tinha um cliente a seguir, e ele sabia disso.
Ainda antes de atendê-lo, o telefone tocou na sala. Suspeitei logo que era o gajo das 9 ligações, que ficou de ligar 15 minutos antes. E era. E eu não consegui atender a tempo. Mas por sorte ele ligou a seguir e eu avisei que estava ocupada, mas que às 2 em ponto poderia atendê-lo.
O C. começou a se vestir, e lembrou-se do dia em que eu lhe fiz uma massagem, que ele adorou. E disse ter pena por não ter dinheiro para fazer mais programas como aquele. Prometeu que agora viria mais vezes, para o programa de ejaculação precoce. Antes de sair, me deu uma gorjeta.
O gajo dos 9 telefonemas ligou por volta das às 14:04, e eu dei-lhe as indicações. Era um tipo novo, calculei, mas disse-me já ter 32, ou seja, 10 anos mais velho do que aquilo que eu imaginava. Vinha de uma cidade que fica nos arredores de Óbidos, e estava aqui na cidade desde cedo, de propósito para estar comigo. Primeiro disse que me procurou porque estava curioso, já que era a primeira vez que recorria a um serviço de uma acompanhante. Como a curiosidade é para mim um motivo muito fraco - e inclusivamente desprezível - ele disse que me procurou porque estava carente e precisava de relaxar. Tem dois empregos e uma empresa em sociedade com um amigo, ou seja, a vida dele é puro stress. Além disso, está resolvendo todos os detalhes da construção da casa. Quando disse que estava a fazer uma casa, calculei logo que iria se casar. E acertei, porque mão é muito comum ver um homem construindo uma casa sem ser essa situação, a não ser que ele seja construtor.
Primeiro nos abraçamos e despimos, e ele disse que eu era muito linda. Suas mãos me apalparam toda, e sua língua me deixou molhadinha de tesão quando percorreu meus seios. Depois ele ficou brincando com os dedinhos no meu clitóris, enquanto eu com as mãos por dentro dos seus boxers acariciava seu pénis e seus tomates.
Estava deitada na cama quando coloquei-lhe o preservativo, e ele estava na minha frente, de joelhos. Disse que eu não ia conseguir daquele jeito, mas consegui.
Deu várias metidinhas, em várias posições, mas não demorou muito. Ia ficar uma hora, mas só tinha dinheiro para 50 minutos. Devolvi-lhe 10€, porque o programa tinha acabado antes de meia hora, e ficar por 50 minutos não seria muito vantajoso para ele, porque só a partir de uma hora que ele pode ter uma segunda relação.
Antes de ir embora, eu disse-lhe que, para uma primeira vez, não tinha se saído mal.
Mais tarde, recebi um e-mail dele que assim dizia:
«Estive hoje com você e tenho que lhe dizer que superou tudo o que esperava. Estava muito nervoso (com o coração as 220 por minuto) por ser a minha 1ª vez, pelo menos consigo ;). E pensava que iria conhecer alguém com frieza tal que não desse grande gozo... Mas surpreendeu-me!!! Muito bom!!! Assim todas as outras mulheres conhecessem este exemplo de mulher quente e boa na cama!!! O mundo seria muito mais bem-humorado e talvez com menos guerras!!!Amor, Paz e um Natal feliz para você Paula.
PS: quando cheguei a casa fui direitinho à net para visitar o seu blog... Está demais... Aquelas respostas às sms's são mesmo de escorpião . Assim mesmo é que é, para sms's parvinhas - resposta na hora... As publicações e as dicas também estão muito boas... Parabens!!!Voltarei!!!Beijinhos.»
A maioria dos meus programas correm muito bem. Um programa corre mal quando as expectativas minhas e dos clientes são diferentes. Existem acompanhantes para todos os tipos de gostos e estilos. O que faz um gajo procurar uma acompanhante é a especialidade dela. A minha especialidade por exemplo é a forma carinhosa e atenciosa que eu atendo o cliente, mas, como é óbvio, ele deve fazer por merecer. Se um gajo chegar arrogante, achando que tem o rei na barriga, ou achando que eu devo ser submissa às suas vontades apenas porque ele está me pagando, possivelmente o programa será uma autêntica merda. Isso é, se o programa acontecer, porque tem gajos que nem por dinheiro nenhum do mundo eu permito que toquem no meu corpo. Não é porque eu faço esse tipo de trabalho que eu sou obrigada a topar qualquer tipo de gente.
É importante para o indivíduo, quando procura por uma garota de programa, certificar-se pelo telefone se ela irá satisfazer aquilo que ele procura naquele momento. Dominação por exemplo já fiz algumas vezes, mas não é o meu ponto forte, apesar de conhecer muito bem essa prática teoricamente, por isso não é muito comum me procurarem por isso. Há oferta e procura para tudo que é imaginável e inimaginável.
Um exemplo de foda que não dá certo? Quando você tem as suas condições e o gajo quer convencer-te a fazer coisas das quais não é adepta, ou que vão contra os seus princípios. Há ainda quem perca o seu tempo com isso. A garota de programa tem as suas próprias condições, e só cabe ao cliente respeitar essas mesmas condições, sem questioná-las. Se quer algo diferente, há quem faça, não há necessidade de tentar persuadir alguém que não faz.
Por isso que eu adoro meus clientes. Não continuariam meus clientes se não respeitassem minhas condições, meu corpo e minha alma. Quem quer um corpo sem alma, que compre uma boneca insuflável.
Paula Lee
Entre vários e-mails maravilhosos que recebi - obrigada a todos - havia um que me informava que esse blog era um dos destaques no site Portugal Vinte Valores ( http://www.algarve-pt.org/vinte-valores/. )
[Terapeuta Sexual - (O diario de uma...) Prostituta, garota de programa, acompanhante, cortesã, amante profissional, rameira, mulher da noite, meretriz, quenga, menina de convívio. São muitos nomes para a mesma função: terapeuta sexual. Porque, na realidade, uma mulher que trabalha com sexo não trabalha apenas com sexo. Simplesmente belo! Muito bem escrito.]
Esse site selecciona as melhores páginas em português. Já fui conhecer algumas, e realmente são de grande qualidade.
«"...Existe vida inteligente na Net!"
As páginas que se seguem são sem dúvida, algumas das melhores em língua portuguesa.
Foram criteriosamente seleccionadas e merecem ser visitadas.
333 links de excepcional qualidade
Contra o anetfabetismo!»
Mesmo tendo consciência de que tenho que melhorar muito no que diz respeito à língua portuguesa, é uma honra fazer parte dessa selecção.
Paula Lee
Esse Natal foi uma verdadeira caixinha de surpresas.
E foi delicioso. Apesar de algum alvoroço, foi uma maravilha.
Pensei até em aproveitar para trabalhar, mas estava tão gostoso aquele clima de envolvência e amizade que acabei preferindo desligar o telefone, só ligando por alguns minutos para ler algumas mensagens natalinas. E acabei voltando um dia depois do previsto.
Aconteceram algumas coisas ruins.
A primeira delas foi a grande briga, depois da festa de Natal, no dia 24 para o dia 25, da minha amiga M. com o namorado dela. Estava na cama com o Gatito, um amigo deles, quando de repente a M. entra no quarto a chorar, dizendo que o namorado havia lhe dado um tapa na cara. Ela nunca havia me contado que ele batia-lhe, mas eu já tinha ouvido comentários. Acalmei-a, e aconselhei que dormisse conosco. Entretanto, como estava bêbada e também gostava de provocar, foi no quarto onde ele dormia e chamou-o de paneleiro. Voltou para o nosso quarto e estava na cama, quando de repente ele entra, alvoraçado, pega-a no colo violentamente, querendo levá-la para fora, exigindo que saísse da casa dele. Logo levantei-me da cama e puxei pela cintura dela, puxando-a para mim e dizendo para que ele a largasse. O Gatito segurou no namorado da M., mas ele não parava de puxar-lhe o cabelo. Juro que tive vontade de bater no gajo! Ela é minha amiga mas eu sei os defeitos dos meus amigos também - assim como sei os meus - e sei que ela provocou, mas nada justifica a violência! O Gatito conseguiu acalmar a situação. Nisso o primo do Gatito, que até então estava dormindo no colchão desse mesmo quarto, acabou acordando, meio abobado com aquilo que acontecia.
A M. batia o pé que iria ficar ali, e dormiria até o dia seguinte, mas eu disse para ela que iríamos embora, e que, se ela tivesse pelo menos um pingo de vergonha na cara teria que ir comigo. Eu tremia, de tanto nervoso. Não havia mais táxi, e nem cogitaria a hipótese de ligar para o T.C., o gajo que me levou para o Fundão. Ele já havia estado conosco na festa - aliás, ele não saiu do meu pé desde o momento que me levou - e quando foi embora perguntou se eu queria ir e eu disse que ficaria. Apenas levou a P. e o namorado dela, e nós ficamos.
Comecei a arrumar as nossas coisas e viemos embora, 6 da manhã, a pé. Sem que pedisse, o Gatito e o primo dele nos acompanharam. Estava frio e meu salto já fazia meu pé doer, mas tudo era preferível a ficar naquele lugar. Não suporto violência! No meio do caminho a M., que já tinha chorado e soluçado muito até então, cismou de dar um trago no charro do primo do Gatito. Eu tentei persuadi-la a não fazê-lo, mas depois disse que ela era maior e vacinada, pois sabia que não conseguiria convencê-la. Avisei-lhe que se ela ficasse doidona, iria enfiar a cabeça dela na privada quando chegássemos na casa da D. A sorte foi que a D. havia deixado a chave de casa comigo! Mas ela não ficou doidona, porque ele só deixou que ela desse um trago, e ela já estava demasiado bêbada.
Dia 25 a D. foi almoçar com a sogra, o marido e a filha. Fomos para o café, onde marcamos de encontrar às 15h com o Gatito e o primo dele, e ficamos lá a beber. A M. bebeu ainda mais, e ficou mais bêbada que no dia anterior. Conversei muito com ela sobre a situação passada. Apesar de nada justificar a violência, parte dessa culpa é dela. Uma mulher que deixa um homem bater-lhe uma vez, abrirá a oportunidade para que ele sempre o faça. Fui dura com ela, dizendo que, caso ela volte para ele, que não me conte, que eu não quero nem saber. «E se você voltar para ele, eu vou mandar você tomar no cu!» - eu disse-lhe, sabendo que sendo muito meiguinha ela não me ouviria. «E tem mais: se vocês voltarem e por acaso eu acabar vendo ele te bater de novo, eu volto nele e peço para que te bata mais, porque aí é falta de vergonha na cara tua!!!». Ela tem 10 anos a mais que eu, é bonita, meiga e muito querida, e não precisa de passar por isso.
Todos pareciam surpreendidos a me ver aos beijos com o Gatito. Já estive no Fundão algumas vezes, e sou conhecida por ser uma "mulher difícil". O W.G. ressaltou isso na festa na casa do ex da M., porque ele também tentara ficar comigo certa vez, mas o máximo que conseguiu tinha sido segurar na minha mão enquanto descíamos uma rua, para que eu não caísse. Os clientes pareciam surpresos, como se não fosse possível uma garota de programa estar com um homem simplesmente pelo prazer da companhia dele. Como se o normal fosse apenas ir para a cama com um gajo por dinheiro, ou andar com um gajo por dinheiro, mas iludindo-o com sentimentalidades. O Gatito não deixou que eu pagasse nada, nem mesmo que dividisse a conta das bebidas, e ainda pagou a conta da M. Quando nos viram sair juntos, fiquei sabendo que o T.C. disse para a D.: «Ele embriagou-a, coitada! Foi por isso que ele conseguiu levá-la». Mas durante todo esse tempo, apesar de também ter bebido, eu era a única que nunca ficou embriagada, que sempre estive sóbria e quem inclusive nunca acordou com ressaca no dia seguinte. Mas não foi só por parte de estranhos que veio a surpresa. Até a P. ficou admirada quando me viu com o Gatito. Ela sabe que sou muito selectiva - exageradamente selectiva - e nunca imaginava que um gajo como ele preenchesse os meus critérios. Por acaso preenchia os requisitos principais: bonito, simpático, inteligente, meigo, educado e pacífico.
A segunda parte ruim foi a cena que a M. aprontou, quando saímos do café, convidados pela P. e pelo namorado dela, o A.S., para irmos para a vivenda onde ele morava, para comemorar o resto do Natal. A M., já tri-bêbada, começou a fazer escândalo, batendo com o copo de whisky na mesa. A P. se chateou, porque a vivenda não é do namorado dela, mas do seu chefe, e isso podia incomodar os vizinhos. Chamei a M. para conversar, mas até a mim ela recusava. Coloquei um tom mais duro, de ordem, e ela teve que conversar comigo, enquanto a P. chorava perto da janela. Falei para a M. que ela estava fazendo tudo errado, que compreendíamos o seu sofrimento, mas que ela estava descontando justamente nas pessoas que mais gostavam dela. Explicar algo para alguém que está bêbado não é fácil, mas eu disse-lhe que ninguém estava querendo se meter na vida dela, porque no fundo, o que ela iria decidir a seguir só lhe competia, mas que nós estávamos lá com ela enquanto o namorado devia estar a rir-se nas suas costas. Então ela compreendeu. Mandei que pedisse desculpas à P. e ela o fez. No dia seguinte, quando já estava sóbria, ela ainda levou uma bronca da D. Falei com ela hoje umas 6 vezes, ela estava sóbria, pois tinha ido embora ontem, e parecia decidida a não voltar mais para o namorado.
A terceira parte ruim, aliás, péssima, foi que o primo do Gatito foi preso ontem. Estava no Acrópole com um amigo quando um policial - ou sargento, não sei - convidou-o para ir até a esquadra. Ainda não sabe-se exactamente do que está a ser acusado. Ouvi falar que era de vários crimes. Ouvi que era por ter estuprado uma policial e por assalto a um multibanco. Se estuprou, há como fazer um exame e provar. Se assaltou um multibanco, pelo que sei existem câmeras internas que também o provam. Entretanto, duvido que ele tenha feito isso, apesar de ser um gajo um pouco louquinho. Ele esteve conosco o tempo inteiro, sempre perto de mim e do Gatito a tocar violão ou a dançar. Só não esteve conosco quando fomos para a vivenda, porque tinha ido para uma outra festa com o "ex"-namorado da M. Era muito pouco tempo para ele ter cometido tantos crimes, porque ele só tinha chegado no sábado, pois antes vivia em Lisboa. Já arrumaram um advogado, mas ainda ninguém disse nada, e tudo o que sabemos são boatos. O que sabe-se é que ele vai permanecer preso durante três meses, até o julgamento, sem sabermos ao certo por qual crime ele está ali preso. O Gatito conversou com ele, e disse que ele não fez nada, pois conhece-o desde a infância e sabe que sempre que ele apronta algo acaba lhe contando. Parece-me apenas um gajo que gosta muito de curtir a vida, por vezes exageradamente, mas não me parece o tipo de fazer essas barbaridades.
Mas fora isso o Natal foi muito bom. O clima foi muito animado. A D. está feliz e animadíssima, amando e sendo amada. A festa na casa do ex da M., até certo ponto, foi muito divertida. Dançamos, cantamos, e bebemos muito na "caneca da felicidade", que era uma caneca com whisky e red bull onde todo mundo bebia. A festinha na vivenda também correu muito bem, e no dia seguinte ainda comprovamos os dotes culinários do namorado da P. Igualmente importante foi ter conhecido o Gatito, uma pessoa linda e muito querida. Hoje quando nos falamos à noite ele me disse algo muito profundo: falou que nesse tempo todo que já passou em Portugal, esses dois dias que esteve comigo foram os melhores que teve até então.
O namorado da P. tinha nos convidado - à mim e ao Gatito - para dormir na vivenda ontem, mas eu recusei. Ele preenche muitos dos meus critérios, mas não estou a fim de me envolver emocionalmente, o que poderia acontecer com a convivência. Além disso, detesto despedidas, considerando-as completamente dispensáveis. Preferi ficar com a D. e ajudá-la nas limpezas ou a cuidar da filha dela, enquanto conversávamos, já que não tivemos muito tempo para isso. Dormimos depois das 2:10 da manhã.
Hoje eu viria de comboio, mas teria que fazer 4 ligações, então preferi vir de autocarro. O T.C. ofereceu-se novamente para me trazer ontem, mas eu recusei, como é óbvio.
Demorei 6 horas a chegar em casa. Quando cheguei, vi que o vidro da porta do prédio estava partida. Logo imaginei que podia ter sido um assalto, ou algo parecido, e corri para o meu andar, mas estava tudo igual. Provavelmente foi algum bêbado que quebrou a porta, nesses dias de festas natalinas.
E agora cá estou, até dia 30, quando darei uma pausa novamente, até o dia 02, para as comemorações da passagem do ano.
Paula Lee
O ano foi embora, ninos. Ainda consigo me lembrar, com pormenores, da ceia do último Natal.
E é Natal, quando ganhamos e distribuímos prendas, ou nos juntamos com as pessoas que nós gostamos. Quem falou que Natal é a data de comemoração do aniversário do menino Jesus? Alguém se lembra do menino Jesus nessa época? Eu encaro o Natal como uma data meramente comercial e apelativa, que tem as suas vantagens por termos oportunidade de estar com as pessoas que gostamos, comemorando a mesma coisa, que é tudo, menos o aniversário do menino Jesus.
E o Natal é aquela época hipócrita, em que todo mundo começa a ser mais solidário e politicamente correcto. Prefiro ser invadida pelo espírito natalino nos demais dias do ano, em que não há uma apelação comercial, distorcida e ultrajada aos comportamentos humanitários. Que diferença faz eu ser uma santa no dia 25, lembrar de Jesus, rezar e ajudar o próximo, se no decorrer dos próximos dias eu serei uma vaca déspota oligofrênica e deplorável? Que adianta uma pessoa dar algumas moedas aos menos favorecidos, se, no ano seguinte, voltará a ser dominada pela concupiscência? O que adianta abrir sorrisos amarelos mas amigáveis, para, um dia depois, voltar à habitual carranca austera?
Por isso eu desejo um feliz natal como quem deseja um bom dia! Um «bom dia» diferente, na esperança de que todos os outros dias tenham o mesmo espírito de solidariedade e esperança.
Para as minhas visitas do estrangeiro:
Um conhecido da D. vem buscar-me por volta do meio-dia. Almoçaremos e a seguir partiremos para a casa dela, onde ficarei até o dia 26 ou 27. Como lá não terei acesso fácil à internet, possivelmente não actualizarei o blog nesse período.
Mas quando voltar, terei muito que fazer. A tal novidade, que não vou adiantar muito agora, é que eu comprei um domínio. Não é "terapeuta sexual", porque reflecti e achei algo ainda mais apropriado. Ainda estou construindo as páginas e fazendo as mudanças necessárias, mas, em breve, tanto o meu site quanto esse blog terão um novo endereço. Ano novo, tudo novo.
Paula Lee
Dia desses atendi inúmeras chamadas, mas o primeiro cliente só veio às 15h. Tem dias que é assim. Passamos certos períodos do dia livre, mas bastando vir uma pessoa, começam a vir as outras. Isso quando não quer toda gente vir no mesmo horário, como se tivessem combinado telepaticamente.
Mas o dia começou muito bem, porque foi com o P., aquele meu cliente gostosíssimo, vendedor de bebidas. Como eu previa, chegou de terno e gravata.
- Agora vais me dar mais trabalho a despir-te... - eu observei.
Estivemos um tempo conversando, misteriosamente muito alegres, como se tivéssemos ganhado no Euromilhões. Mas nossas conversas são quase sempre as mesmas, com uma ou outra alteração. Não entramos muito na intimidade um do outro. Ou melhor dizendo, só entramos na intimidade sexual um do outro.
Tem ejaculação precoce, mas paga para 20 minutos, porque gosta de um bom jogo de sedução. Consigo fazer que ele segure o gozo até o último minuto.
Abraçamo-nos e ele encostou-me no armário, começando a esfregar-se em mim. Simulamos uma foda em pé, mas vestidos.
Ele sentou-se e eu comecei a acariciar suas pernas e seu tronco, mas com cuidado para não amarrotá-lo.
Esqueci de colocar meu telemóvel no silêncio. Então propositadamente, e querendo provocá-lo, sentei-me com o rabo no seu colo enquanto mudava o modo do telefone. Coloquei o telemóvel perto da televisão e voltei para ele.
Como somos dois escorpioninos, sempre rola uma leve dominação no atendimento, porque fui descobrindo que ele gosta. Ele nunca me deu a entender nada, nunca foi de conversar muito. Prefere a conversa dos corpos, do cheiro, das mãos, da língua, do sabor.
Desapertei seus botões, um a um. Quando coloquei-lhe de cuecas, tirei seu pau pra fora e comecei a bater com ele de leve nos meus seios. Ele ficou louco de tesão e levantou-se.
Começamos a nos despir. Notando que era o que ele queria, peguei nos seus tomates com mais força que o habitual, puxando-os para cima.
Coloquei o preservativo, observando que o pau dele parecia ter crescido nos últimos dias. Colocou-me de quatro na beirada da cama e meteu na minha coninha. Mas não esteve ali muito tempo, parando para não gozar logo. Deitou-me na cama e veio com o seu pau para perto da minha cara. Fiz-lhe um broche, depois tirei da minha boca e bati com ele no meu braço e no meu corpo. Com a outra mão eu apertava os seus tomates. Então ele veio para cima de mim e meteu. Eu tinha a perna esquerda esticada e a direita dobrada, enquanto ele metia. Gozou e sorriu de contentamento.
Cinco ou dez minutos depois de ele ter ido embora, atendi o meu próximo cliente. Nem tive tempo de apreciar mentalmente as lembranças daquela foda.
Paula Lee
«Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós.
Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.
Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.
Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:
1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
2- Me trate bem que ganhas um cliente.
3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.
Minhas respostas são as seguintes:
1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princÃpios.
2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
3- Pouco me importa a aparência fÃsica ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convÃvio, relax e prazer.
Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.
Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.
Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»